quarta-feira, 29 de outubro de 2014

2Timóteo

Quase vejo os dois ali sentados. Com a sua larga experiência ele ensina o jovem. A conversa é longa. Temas pesados e desafiadores estão lado a lado com boas lembranças e também esperanças. Que pena que a conversa não pôde se dar pessoalmente. Paulo estava preso, a muitos quilômetros de Timóteo, a quem remete sua carta. Não é a primeira, pois o contato precisa ser alimentado, e de uma ou outra forma eles mantêm a comunicação. E essa comunicação é fundamental se o objetivo é o discipulado, o acompanhamento e o crescimento.
O tom da carta é de recomendações. Palavras diretas: “Não se envergonhe...”, “retenha...”, “fortifique-se...”. O objetivo de Paulo é contribuir para a formação de um obreiro (trabalhador!) aprovado (2.15). Por isso o ensino, as advertências, o incentivo e até as repreensões. Paulo não se importa em passar por chato. Se os dois estivessem conversando pessoalmente, muitos teriam sido os momentos em que o jovem Timóteo teria baixado a cabeça, pensativo. E ao fazer isso, teria dado a chance a si mesmo de ser aperfeiçoado. Estaria exercitando o coração: para que se tornasse ensinável.
Quem, hoje, pode falar como Paulo a Timóteo? Os avisos (“Fuja dos desejos malignos da juventude...” 2.22) soam retrógrados. A escolha do pecado é fazer o próprio caminho. Assim, o chamado a seguir outra pessoa parece podar a liberdade. Mas é aí que está a porta para o verdadeiro crescimento em fé. Quem pode falar como Paulo a Timóteo comigo?

Matias da Silva
Teresina/PI

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